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GRAU DE TESOURO ESCONDIDO: Uau, isso é um diamante!

Cenotes Palomitas e Agua Dulce

Estes palácios de pedra já foram adorados pelos maias e são fruto do poder da natureza. Abra mão um pouco dos restaurantes internacionais, spas e espreguiçadeiras e aproveite dois lugares que são verdadeiros tesouros escondidos!

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Provavelmente é mais fácil encontrar uma nota de cem reais jogada no chão enquanto anda na rua do que um cenote vazio e pouco conhecido na região de Yucatán, no México.

Desde que a Riviera Maya se tornou um dos mais conhecidos destinos de praias do mundo, essas impressionantes maravilhas naturais que são os cenotes foram se transformando aos poucos em parques aquáticos, com hotéis, piscinas, spas e restaurantes em seu entorno. A magia e contemplação deu lugar a centenas de turistas correndo para tirar suas fotos (iguais as de todos os outros ali) para o Instagram.

Porém, próximo a Valladolid e portanto próximo a própria Chichen Itzá, ainda há, não um, mas dois incríveis tesouros pouco conhecidos: o Cenote Palomitas e o Cenote Agua Dulce.

Um cenote nada mais é que uma formação rochosa muito semelhante a uma caverna que pode estar parcialmente submersa ou não. A região noroeste da península de Yucatán possui solo formado de rocha calcária e uma geografia sem rios ou lagos naturais correndo em sua superfície, logo, o contato das rochas com águas vindas do lençol freático no subsolo gera erosão do solo e produz grandes cavernas onde a água se acumula e circula através de rios subterrâneos.

No caso de Palomitas e Agua Dulce, dois dos maiores cenotes da região, ambos são fechados, isto é, exceto algumas poucas aberturas no teto da caverna em direção a superfície e por onde a luz do sol passa, o restante está todo encoberto por estruturas gigantescas de estalactites que transforma o espaço em uma grande obra arquitetônica construída pela própria natureza.

Os cenotes eram sagrados e adorados pelos maias, uma vez que eram através deles que vinha a água doce e potável consumida nas cidades desta antiga civilização. Segundo a crença, a divindade que residia nestes grandes poços de água fresca era Chaac, o deus da chuva, e portanto senhor dos cenotes, logo, para que fosse possível controlar os volumes de chuva eram feitos rituais de sacrifício (inclusive humano) nestes espaços.

Quanto a Palomitas e Agua Dulce, que são verdadeiros tesouros escondidos, é importante ponderar que o acesso a eles, assim como a todos os outros cenotes do México, uma vez que podem ser administrados pela comunidade local, pelo governo ou estar em propriedade privada (como é o caso destes). O fato de serem mais isolados, estando há 25 quilometros de Valladolid, e menos conhecidos faz com que estejam sempre mais vazios, porém, se você quer ter a experiência mágica de estar completamente sozinho dentro deste local com energia e mística únicas, opte por ir cedo. O melhor horário para visitá-los é entre 11:00 e 12:00, quando além de haver poucos turistas, o sol estará na posição ideal para que seus raios penetrem pelos buracos no teto da caverna, o que lhe proporcionará um momento mágico e inesquecível.

A diferença entre os dois cenotes está basicamente na dificuldade e disponibilidade de atividades e experiências. O Palomitas é maior, possui profundidades diversas que se iniciam em 15 e podem chegar a 50 metros, há pontos de onde é possível saltar até a água (começando em 2 metros e chegando a 6 metros), é recomendável, portanto, a pessoas que queiram fazer esportes radicais leves, como salto e caiaque, assim como famílias. Já o Agua Dulce Este, pode ser acessado de três formas, por uma grande e segura escada de ferro, por uma estreita escada em caracol que o leva a uma plataforma flutuante no meio do cenote e, para os mais corajosos, por rapel, descendo o imenso paredão de 60 metros formados por pontudas estalactites. Eu lhe asseguro que, caso dome seu medo, e desça pela escada em caracol, terá uma das mais incríveis experiências de toda a sua vida, vislumbrando aos poucos a água cristalina e esverdeada, as luzes e sombras formadas pelos feixes que saem do teto.

A estrutura neste lugar é bem simples, não haverá aqui restaurantes internacionais ou espreguiçadeiras confortáveis, porém você terá a oportunidade de contemplar com calma e profundidade estes imponentes espaços formados pela força da natureza, que já foram adorados por milhares de anos como palácios de deuses e ainda guardam, escondidos do mundo, toda a sua beleza.

 

Compilado de dicas:

  • Este local é mais distante que as rotas turísticas, portanto, vá de carro ou contrate um guia.

  • Os cenotes são pagos, mas os valores são bem menores do que outros destes lugares por todo o México.

  • Há estrutura completa (armários, banheiros, restaurante), porém, são espaços bem pequenos e bem simples.

  • Pergunte aos funcionários do local sobre questões envolvendo segurança e condições dos cenotes no dia da visita. Essas informações mudam a depender do clima, da época do ano, do fluxo de chuvas, etc.

  • Não entre nunca em um cenote utilizando qualquer creme de corpo ou cabelo ou protetor solar. Existe um bioma dentro deste espaço e estes produtos podem afetar fauna e fora ali.

  • Esteja nos cenotes entre 11h e 12h, além de estarem vazios, a luz do sol estará perfeita para lhe dar a melhor experiência!

 

Algumas fotos desse tesouro:

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