Museu da Memória e dos Direitos Humanos - Santiago do Chile
Este espaço de memória e resistência lhe ajudará a entender mais sobre a terrível ditadura chilena que vigorou no país por 17 anos, matando e torturando milhares de cidadãos. Não é um local de diversão, é um local de aprendizado!

No dia 11 de setembro de 1973, o governo democraticamente eleito de Salvador Allende foi brutalmente atacado por militares revoltosos com o apoio já comprovado das agências de inteligência norte-americanas. O Palácio Presidencial de La Moneda foi cercado, bombardeado e posteriormente tomado, no evento que gerou o início de uma terrível e sangrenta ditadura militar que viria a durar 17 anos, matar mais de 3 mil pessoas e torturar e perseguir outras dezenas de milhares.
Com o objetivo de manter vivas as discussões sobre este infame momento da história, preservar a memória dos mortos, desaparecidos e exilados e, principalmente, debater os direitos humanos e a democracia plena em todo o mundo, é que foi inaugurado, no ano de 2010, o Museu da Memória e dos Direitos Humanos.
O espaço contém uma curadoria muito delicada, com fotografias, vídeos e textos que tem por objetivo lembrar o triste período de ditadura, ensinar e conscientizar às novas gerações sobre a importância do respeito às pessoas e as naturais diferenças políticas e sociais que há no mundo.
Já no ingresso ao museu há uma experiência impactante e de arrepiar: A entrada ocorrerá por uma longa esplanada e em sua parede lateral estarão gravados, para que nunca mais sejam esquecidos, os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Outra experiência única e emocionante é a oportunidade de ouvir a última transmissão de rádio do presidente Allende, que então resistia, pegando ele próprio em armas, aos fortes bombardeios ao La Moneda e mesmo assim pediu para falar com o povo chileno pela última vez em uma mensagem de esperança, tranquilização e luta.
O museu é uma referência mundial na temática Direitos Humanos, é o maior e mais completo espaço deste tipo sobre uma ditadura em toda a América Latina e tem por objetivo memorar para que não se repita e ensinar as gerações seguintes sobre as dores e feridas ainda não cicatrizadas.
Porém, fica um aviso: Há leveza e beleza na arquitetura, mas não há e não deve haver leveza e muito menos beleza nas informações passadas e histórias contadas. Os relatos presentes no museu são fortes e impactantes, verdadeiramente de embrulhar o estômago, mas lembro que são reais, ocorreram com pessoas reais que merecem ser respeitadas, ouvidas e lembradas. Este não é um lugar para selfies, sorrisos e diversão, porém, sem dúvida é um lugar importante de aprendizado e muita reflexão!
Compilado de dicas:
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As fotos, vídeos e informações passadas no museu são impactantes. Se você acha que não está emocionalmente preparado, sugiro que não o visite.
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Apesar da beleza do lugar, este não é um museu para selfies e risadas. É a história e o sofrimento de um país contado aqui.
Algumas fotos desse tesouro: